Reflexão

domingo, 14 de setembro de 2008

Perseguição na Índia

Há alguns meses, as agências internacionais de notícias informam a intensificação dos ataques aos crentes no Estado de Orissa, na região leste da Índia. Especialmente na última semana os conflitos acentuaram-se, especialmente pelo assassinato de um importante líder hindu em Orissa e que teria sido atribuído a um grupo cristão da região, fato que não foi confirmado por nenhuma autoridade da Índia.De acordo com relatos de obreiros da terra, inúmeros extremistas hindus, ligados ao grupo militar Vishwa Hindu Parishad, atacaram residências, arrombaram e saquearam igrejas naquelas regiões. Cerca de 20 pessoas morreram em decorrência dos ataques e outras centenas, com medo, fugiram de suas casas buscando refúgio em cidades vizinhas e até mesmo em florestas. Em outras partes de Orissa, quando os extremistas hindus encontram os cristãos torturam-os exigindo a conversão ao hinduísmo ou a morte.Os evangélicos de Orissa estão preocupados não só com a intensidade e violência dos ataques, que não têm cessado, mas com a possibilidade real da expansão da onda de perseguição a outras regiões da Índia.Do total da população da Índia, estimada em pouco mais de 1 bilhão de habitantes, especula-se que 2,5% sejam cristãos evangélicos (cerca de 25 milhões de pessoas).

fonte: JJM - Missões Mundiais

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Fazendo a Diferença


Assim como a vida de inúmeros profetas na biblia ou até mesmo outras pessoas simples, servem como um exemplo pra nos mostrar o quanto o nosso Deus é poderoso, a sua vida também pode ser usada como instrumento de evangelismo. Testifique sempre o que Deus fez na sua vida pra ajudar aqueles que estão desesperados com algum problema. Mas, você também pode ser edificado pelo testemunho de outras pessoas que conseguiram vencer esperando no Senhor. São homens e mulheres que no passaram pro problema e muitas vezes se desesperaram, porém o Senhor tinha um imenso propósito com tudo isso. Se você está passando por algo, não pense que é em vão... pare de se preocupar e perguntar a Deus o por que de tudo isso e começe a perguntar o que Ele quer que você aprenda com tudo isso. Toda prova tem uma finalidade.


Deixo pra você um disco virtual onde contém inumeros testemunho, que eles possam ser benção na sua vida.




lembrando: os links que utilizamos aqui são encontrados na internet, nós apenas repassamos. somos totalmente contra a pirataria!

Apresentação

Oie, eu sou Ana, tenho 19 anos e quero compartilhar um pouco da minha vida com você. Tenho uma chamada missionária na minha vida, mas... há deixo pra falar no meu diário onde escreverei sempre algo sobre mim.

Espero que você leia sempre e não deixe de comentar.

bjos, graça e paz!

Confiança

O Lenhador e a Raposa
Existiu um Lenhador que acordava as 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite. Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança. Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho. Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos do Lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem; e portando, não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança. O Lenhador sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam: - "Lenhador abra os olhos ! A Raposa vai comer seu filho." - "Quando sentir fome, comerá seu filho ! " Um dia o Lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários - ao chegar em casa viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensangüentada ... o Lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa ... Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranqüilamente e ao lado do berço uma cobra morta ... O Lenhador enterrou o Machado e a Raposa juntos.
Se você confia em alguém e já orou e perguntou a Deus sobre isto e Ele confirmou , não importa o que os outros pensem a respeito e siga sempre o que diz seu coração , pois é lá que o Senhor vai falar e lhe mostrar . Não se deixe influenciar ...
Fonte: jesusvoltara.com.br
Sua amizade, se fixada em Deus, pode ser um instrumento de edificação na vida de muitas pessoas. Amigos verdadeiros são raridades nesse mundo onde a falsidade, a mentira, a banalização de amor tem sido muito divulgada. Mostre a diferença ai onde você mora ou congrega, com a amizade abençoada que você tem com alguém. Nunca esqueça: Jesus, independende de qualquer coisa, será sempre o melhor amigo.

Experiências... Nada acontece por acaso

Nessa vida temos passado por longas provas, estamos sempre sendo provados ou tentados para nos moldar-mos e crescer-mos espiritualmente. Muitas vezes nos acontecem coisas que não entendemos, mas na verdade são experiências que o Senhor Jesus nos permitiu passar pra edificar alguém que você iria encontrar nessa longa caminhada da vida. Quem sabe quando você era do mundo não se prostituiu, se envolver em relacionamentos homosexuais, se alcoolizou, fumou, usou drogas, mas hoje está liberto de todos esses mals. Você pode ser um instrumento de edificação na vida de pessoas que assim como você ainda está preso nas garras do inimigo e não vê saida. Ninguém melhor que você que passou por isso e sabe entender a linguagem dele para evangeliza-lo. O Senhor te chamou para ajudar essas pessoas, Ele desde o principio sempre soube que você poderia ser benção com seu testemunho e salvar muitas almas do mundo. Use o que o Senhor te deu a beneficio do Reino dEle. Faça sua parte, junte pedras pra sua coroa e no final veja o quanto o Senhor ficou feliz por que você não o decepcionou, mas atendeu ao seu chamado.

Há almas precisando de você, não feche os olhos para isso... o Senhor conta com você!

O que te Impede?

O trabalho de evangelizar por mais simples que pareça, ainda encontra dificuldade de ser feito na igreja aos olhos de muitos irmãos, pelo simples fato dos mesmo se acharem incapacidados para obra. Diante dessa incapacidade que acontecem, seja por doença, gagueira, medo, timidez... não sei qual necessidade especifica, mas quero te mostrar que na biblia existiram pessoas assim como eu e você que passaram por muitos problemas e viveram suas vidas a serviço do Senhor. Não super herois, mas pessoas normais que pecaram, tiveram problemas e por deixar-se depender do Senhor dando-se a fazer a vontade dEle, alcançaram vitória.
Se você não está envolvido em algum ministério na sua igreja, que desculpa tem usado?

Abraão era velho, Jacó era inseguro, Lia era sem atrativos, José foi maltrata­do, Moisés gaguejava, Gideão era pobre, Sansão era co-dependente, Raabe era imoral, Davi teve uma aman­te e todo tipo de problema familiar, Elias tinha tendências suicidas, Jeremias era depressivo, Jonas era relutante, Noemi era viúva, João Batista era excêntrico para dizer o mínimo, Pedro era impulsivo e temperamental, Marta se preocupava demais, a mulher samaritana teve vários casamentos fracassados, Zaqueu era indesejado, Tomé tinha dúvidas, Paulo tinha saúde fraca e Timóteo era tímido.
Está ai uma variedade de pessoas que mesmo com suas dificuldades, não desistiram de servir ao Senhor. O que você tem feito?

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

MsN - forte meio de comunicação

Nessa nova era onde a tecnologia tem avançado cada vez mais, temos utilizados de vários meios onde podemos compartilhar arquivos, nos comunicar etc. Nós como evangélicos, temos sempre que ver como poderemos utilizar a tecnologia a favor do Senhor. Pensando nisso, nós que trabalhamos nesse blog idealizamos um grupo no msn onde temos debates, cultos (terças, quintas e sábados as 22:30), louvores, enfim temos usado esse veiculo de comunicação a favor do Senhor, onde cremos que Ele tem edificado vidas através dos testemunhos e palavras ditas pelos irmãos que estão lá. Convido você, amigo, a está conosco lá adorando ao Senhor em um local onde muitas vezes é usado como instrumento do diabo ou até mesmo um simples passatempo, nós ocupamos nosso tempo adorando ao Senhor.

Quer se juntar a nós? venha fazer parte do Janela dos Adoradores ->
mgroup85184@hotmail.com

Deus tem uma palavra pra você... edifique e seja edificado!

Filha de pastor é extrupada para força-lo a renunciar a Fé

Um grupo de extremistas islâmicos raptou e estuprou uma garota de 13 anos, filha de um pastor local, do distrito de Mymensingh. O pastor Motilal Das, da Igreja Unida Betânia, disse que por volta das três horas da manhã do dia 2 de maio, os estupradores violentaram sua filha, Elina Das, e a deixaram inconsciente em frente de sua casa. Eles fizeram isso para tentar fazê-lo desistir de seu ministério no subdistrito de Fulbaria, a cerca de 120 km ao norte da capital. Ele disse que há muito tempo vinha sofrendo por causa de seu ministério e do evangelismo, e já havia sido ameaçado de morte por diversas vezes. “Eu não dei atenção às ameaças e continuei a pregar e evangelizar, sempre em oração. Já que nada podia me parar, eles tentaram me envergonhar com esse estupro diante da comunidade para que eu fosse embora.” Motilal Das foi o primeiro cristão da região, ele se converteu em 1986 e, desde então, tem sido uma peça fundamental no crescimento daquela localidade. Doze igrejas foram abertas e os cristãos já passam de 250, portanto, o pastor diz que é certo que esse estupro ocorreu para impedir seu ministério. “De outra forma, por que fariam isso com uma garota tão pequena?”, questionou ele. Sua filha era a única estudante cristã em sua escola, e por isso, ela sempre sofreu com a perseguição, sendo ofendida com palavras duras e maliciosas. Os policiais disseram que ela foi rendida, amarrada com seu xale e presa próxima a um banheiro, a 400 metros de sua casa, e, ali, ela foi estuprada por cinco homens. Em 1º de agosto, foi feito um teste de DNA que acusou Shakil Ahmed como um dos cinco muçulmanos que estupraram Elina. Ele foi acusado sob os Artigos 9 e 3, Seção 30, da Lei de Abuso da Mulher e da Criança, de 2003. Sob essa lei, Shakil não pode pagar fiança, e será condenado à pena de morte se for considerado culpado. Outros dois suspeitos, Dulal Miah (32) e Shebul Miah (22), ainda estão soltos. O caso foi julgado em 31 de agosto. O processo judicial será revisto duas vezes por mês. Cinco advogados defenderão Shakil. Para cada audiência, Motilal, pai de Elina, terá de desembolsar 3 mil takas (US$ 44,00).
Fonte: missoesportasabertas.org
Ai você se questiona: - Ele estava fazendo a obra de Deus, por que então Deus permitiu isso? Ora, o Senhor sabe o porque de todas as coisas. Ele permite diversos acontecimentos pra provar a minha e a tua fé. Missões é obra que tem que ser feita com amor e confiança, ainda com tudo isso o pastor não renunciou a sua fé e continuou servindo ao Senhor. Faz lembrar Abrãao quando o Senhor pediu seu único filho, ele foi e levou a holocausto sempre confiando em Deus. Se Deus te chamou para obra, não se negue a faze-la! Faça em nome de Jesus crendo que Ele estará com você não importa qual seja a provação pra almentar tua fé, entrega na mão do Senhor e faz a obra... Ele conta com você!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Você está disposto?

Muitas pessoas acreditam que o chamado missionário se dá apenas a levar a palavra de Deus e viver para ele, realmente não estão errados. Mas, o que essas pessoas se esquecem é que fazer isso requer total disposição do mesmo a sofrer pelas almas por amor a Cristo...esse é o verdadeiro sentido, está disposto a tudo por amor ao evangelho.
Foi assim que o Jovem Aurélio Edgar Gonçalves Brito, 27 anos decidiu não se importar com as consequencias que sofreria por amor as almas. Ele estava no Timor-Leste há dois anos, atuava como voluntário da Igreja Assembléia de Deus no projeto “Vida Nova”. O missionário se dedicava à alfabetização de crianças e adultos nas aldeias timorenses e à evangelização e pregação da Palavra de Deus. Porém, no dia 19 de dezembro de 2006, quando ele se dirigia com sua irmã voltando de um culto. Foi atingido no pescoço por uma lança e morreu ao volante, antes mesmo de chegar ao hospital.

Em entrevista sua irmã, Elisama Gonçalves, conta fatos da vida missionária dos dois.
Após a morte de seu irmão, houve alguma modificação no significado de “Missões” para você? Você passou a ver “Missões” de forma diferente?
Elisama: Para mim, Missões sempre esteve ligado à palavra “renúncia”. Eu sempre soube que Missões era sacrifício, era dar, deixar, perder e abrir mão de algumas coisas... É claro que a morte do meu irmão será um divisor de águas na minha vida. Vai ser Elisama antes e Elisama depois. Mas o conceito de Missões para mim não muda. Eu não esperava que isso fosse acontecer, nunca imaginei que custasse a vida de um de nós dois no Campo Missionário. Mas, mesmo assim, inconscientemente, já havia esta possibilidade, porque a partir do momento que você está disposto a servir a um povo que você não conhece, já estamos cientes de que pode haver alguns riscos, mas não imaginava que fosse o risco de morte... Missões é isso, é preço a pagar, é o que Cristo fez. É a identificação de tudo que Cristo fez na Cruz do Calvário por nós e nós fazemos agora – que é estar disposto a qualquer coisa por amor a um povo em Cristo.
Você disse na resposta anterior: “Elisama antes e Elisama depois”. O que significa esse “Elisama depois”?
Elisama: Vai nascer outra Elisama, aliás, está nascendo. Desse “vaso de lágrimas” da minha vida acho que vai sair algo melhor. (risos) Eu tenho certeza disso, porque depois de passar por tudo o que eu passei, já estou adquirindo as marcas de Cristo mais profundas na minha vida. Meu sofrimento está muito ligado a querer ter a pessoa presente ao meu lado novamente. Mas depois de tudo, veio algo ao meu coração. Nós temos certeza que é bom estar com Deus, participarmos da sua presença aqui na Terra. Mas por que sentimos tanto quando uma pessoa vai viver a plenitude? Eu passei a pensar nisso depois da morte do Edgar. Por que sofremos tanto? Será que não é porque estamos presos, mesmo que seja com o nosso ministério, com as coisas seculares, com aquilo que fazemos, com as pessoas aqui na Terra. Isso me faz pensar que precisamos estar desprendidos e mais preparados para a nossa Casa Celestial! Se o assunto fosse abordado por nós com freqüência, as perdas seriam menos dolorosas.
Sei que é difícil falar sobre isso, mas como ocorreu a morte de Edgar?
Elisama: O sábado, 18 de novembro de 2006, foi um dia normal em que trabalhamos. E, na madrugada, o telefone tocou. Eu atendi ao celular, pois o mesmo estava no meu quarto. Era uma mulher chorando do outro lado da linha dizendo que a irmã dela estava morrendo, tendo uma hemorragia e estava grávida de 8 meses. Elas estavam localizadas em uma parte muito perigosa da cidade. Eu olhei o relógio, faltavam mais ou menos uns 15 minutos para as duas horas da manhã. Fiquei preocupada com o horário, mas, mesmo assim, eu fui até ao quarto do meu irmão, e quando o chamei lhe contei o que estava acontecendo e ele só sorriu. E eu não perguntei mais nada para ele, porque três meses antes, no dia 27 de agosto de 2006, dia do aniversário dele, uma das casas de missionárias amigas nossas foi cercada por timorenses. Ela ligou para o Edgar quando nós já estávamos à mesa comemorando com alguns colegas. Ele simplesmente levantou e foi socorrê-la. Era a missionária Isabel, o Pastor Durval e a Kátia. Eu disse para ele: “Edgar, você é apenas um, você não pode tirá-los de lá. Pois lá é muito perigoso. Pelo amor de Deus, não vá!”. Ele virou para mim e disse: “'Sama', para que nós viemos aqui? Se nós não viemos aqui dispostos a morrer por amor, se eu não estou disposto a deixar um almoço para socorrer uma pessoa que está em perigo, então não vale a pena essa missão. Só vale a pena, se você não me impedir de fazer o que está em meu coração”. Então, o meu irmão, junto a um colega, tirou os missionários de lá de carro, os deixando em local seguro.
Por isso, quando ele só sorriu para mim naquela madrugada, eu sabia que a resposta dele seria “sim”. Nós a levamos ao hospital por volta das 3h30. Interessante que nós passamos no local onde o meu irmão seria atingido naquele mesmo dia e não havia nada. À tarde, o Edgar foi para uma reunião de intercessão missionária e eu fui ao hospital fazer companhia à mulher que socorremos. Encontramos-nos às 18h e ele me perguntou se eu havia marcado a minha passagem para o Brasil e quanto tempo eu ficaria aqui. Ele disse que eu tinha que me decidir. Sugeriu que eu teria que ficar no Brasil por uns 4 meses. Eu ainda brinquei com ele: “Ah! Depois que nós chegarmos do culto, marcamos a data”. Ele queria que eu viesse descansar. Fomos para o culto, ele ministrou sobre alguns aspectos da graça de Deus na vida da mulher pecadora. Ao término da pregação, ele me pediu que eu orasse. Como os conflitos no Timor são constantes, eu voltei a palavra para ele. Eu lhe disse: “Edgar, você poderia orar. Ore pela paz no Timor”. Ele começou a orar e na primeira parte da oração ele disse: “Senhor, que eu seja um objeto dessa paz, que eu seja o objeto que o Senhor vai usar para trazer paz ao Timor-Leste”.
Este momento marcou a minha vida, percebi que orava com muita sabedoria e muita intimidade com Deus. Eu tenho certeza de que Deus ouviu aquela oração. Nós saímos do culto por volta das 20h45 e o Edgar mudou a rota para dar carona a um irmão. Voltamos por uma rua que não era comum passarmos por ela. Eu me recordo que quando entrarmos nessa rua o Edgar estava sorrindo. Eu não quis perguntar o motivo do sorriso. Quando chegamos à esquina, não vimos ninguém, pois estava escuro e as casas são distantes e espaçadas. Em determinado momento, um grupo de pessoas atacou o carro com muitas pedras. Esse grupo estava preparado para atacar, não a nós, isso ficou muito claro, pois ali não era o nosso caminho, nós nunca passávamos por aquela rua voltando do culto. Eles estavam tendo conflitos com a polícia. A polícia havia deixado aquele lugar uns 15 minutos antes de tudo acontecer. E eles estavam atacando as pessoas que por ali passassem. Quando passamos, eles nos atacaram. Negociar com eles naquele momento era impossível porque não havia diálogo em meio aos gritos e pedradas. Além de mim e do Edgar, havia três crianças no carro com 9, 10 e 12 anos de idade que moram no nosso projeto. A única pessoa que não foi ferida, não falo de alma, mas de corpo físico, fui eu. Mas as crianças ficaram feridas. Edgar tentou conversar com eles, mas eles não aceitaram nenhuma conversa. Ele tentou arrancar o carro e foi ferido com uma lança no pescoço. Ele falou comigo: “'Sama', eu estou ferido”. Foi só isso que ele falou comigo e, mesmo assim, conseguiu tirar o carro de lá. Se ele não tirasse o carro, não sei o que aconteceria conosco. O carro começou a andar, mas ele desmaiou momentos depois ao volante. Eu não dirijo, por isso pulei do carro e comecei a gritar. E o carro continuava andando. E o pior é que no momento que você está nervosa, você não consegue falar a língua do local, mas sim a sua língua pátria, normalmente é assim. Eu vi o carro descendo a rua, pedia socorro. Foi então que dobrei os meus joelhos na rua e pedi a Deus que aquele carro parasse. E o carro imediatamente parou. Eu creio que o anjo do Senhor parou aquele carro. Porque a rua era sem saída e certamente o carro iria bater nas casas. E como as crianças estavam atrás, uma outra tragédia poderia acontecer. Nessa rua moram alguns missionários que nos ajudaram. Eles pegaram o carro, levaram o Edgar para o hospital. Voltar para o hospital foi impossível porque a rua do hospital estava bloqueada. Ninguém podia passar. Eu vejo que até nisso Deus... (um breve suspiro). Interessante é que o tempo em que eu estive no Timor, era comum as pessoas me ligarem dizendo que alguém estava doente. Eu buscava essa pessoa e a levava ao hospital. O maior testemunho que eu daria quando chegasse ao Brasil, é que todas aquelas pessoas em que eu coloquei a mão, ninguém morrera. Outra coisa também muito interessante é que, além de ninguém morrer, eu havia criado um vínculo de amizade muito grande naquele hospital. Eu conhecia muitas pessoas daquele hospital, pois eu estava sempre ali. E justamente a estrada estava bloqueada e ele não pôde ser atendido no hospital. Na hora dele, a porta estava fechada... Eu me lembro de algo que o Edgar sempre me falava: “Ninguém pode impedir a vontade de Deus”. Era Deus se firmando como soberano. Não tinha oração, não tinha nada, era a vontade de Deus que tinha de ser cumprida naquele momento por um motivo que só Ele sabe.
Nesse tempo trabalhando junto ao seu irmão, você deve ter presenciado momentos curiosos dele. Conte-nos um.
Elisama: Um dos fatos que mais me marcou, foi um que aconteceu antes de sua morte. A casa do nosso projeto é muito grande. Lá nós temos uma sala grande onde sempre recebemos as pessoas que chegam doentes de outros lugares para se tratarem. Edgar colocou no coração que ele iria dividir aquela sala e fazer um quarto para receber aquelas pessoas. Só que nós passávamos por um momento financeiro difícil. E eu disse para ele que não dava para construirmos um quarto, pois não podíamos gastar. Mas ele disse: “Vamos fazer um quarto do 'Bom Samaritano', vamos dividir isso aqui...”. Eu saí para trabalhar e quando cheguei as madeiras já estavam todas lá, inclusive a pessoa que iria fazer o serviço também. Eu perguntei: “Edgar, você vai fazer isso com que dinheiro?”. Ele era desprendido das coisas materiais, ele não tinha vaidades. Nós ganhamos passagens para passar as férias na Indonésia. Ele tinha gasto a passagem dele (aproximadamente R$ 500,00) para comprar uniforme para as crianças da escola que ele dirigia em Viqueque. Com a minha passagem ele comprou o material para o quarto do “Bom Samaritano”, segundo ele, nós precisávamos era de fazer o bem. Nos últimos 15 dias de sua vida, Edgar fez este quarto para receber as pessoas. O que mais me marca não é o fato dele ter construído este quarto, mas é a forma como ele fez. Com o único recurso que tinha. Não era um recurso para o projeto. Era um presente nosso. É o desprendimento, o amor, acima de tudo, que deixa marcas para a minha vida.
Como ocorreu o chamado de vocês para o Timor?
Elisama: O chamado ao Timor ocorreu primeiramente para ele. Em 1999, ele leu sobre a guerra no Timor, sobre os conflitos lá. Nós crescemos envolvidos com Missões, nós crescemos realizando Missões juntos com o meu pai e a minha mãe. Em 1999, ele sentiu que ele iria para o Timor. E no começo de 2003, é que veio para mim o desejo de ir para lá também. Ele até brincou comigo: “Nossa, eu é que tenho o chamado para o Timor e é você quem vai primeiro?”. Eu creio que Deus me levou ao Timor-Leste porque eu precisava abrir a porta para que o Edgar entrasse naquele país. Depois de um ano e meio que eu já estava lá, ele foi.
Quais sãos os projetos realizados por vocês no Timor e quais as maiores dificuldades que vocês encontraram na realização do trabalho?
Elisama: No início, a maior dificuldade foi a falta de recursos, pois havia muita coisa para se fazer. Uma outra dificuldade também, é que em 2006 os conflitos foram intensos naquele país. Praticamente passamos o ano todo correndo de um lado a outro. Para se ter uma idéia, algumas vezes saíamos de casa, depois voltávamos novamente; outras vezes íamos para o hotel e na insegurança nos dirigíamos para a casa de um colega, dormíamos ali e assim acontecia. Algumas vezes trabalhávamos nos campos de refugiados, atendendo na área da saúde. Construímos o projeto “Casa Lar” que acolhe e trabalha na recuperação de crianças e adolescentes órfãos ou que sofreram traumas ou com problemas mentais. A casa também recebe pessoas doentes que vêm a Dili para tratamento e que ficam hospedadas no espaço “Bom Samaritano”. Nesta casa temos um trabalho de alfabetização informal e cristã. Além deste projeto, tem um na área da saúde que atende também pessoas com problemas mentais e também um projeto de uma clínica cuja construção já está sendo realizada. Temos o projeto da pré-escola em Viqueque – Buikarem em que alfabetizamos e fornecemos alimentação a todos os cerca de 70 alunos, um projeto de discipulado com timorenses e pessoas de culturas diferentes participando. Nós nos reunimos e realizamos cultos nas línguas espanhol e tétum (idioma timorense). Muitas pessoas se converteram por meio destes cultos.
Qual é o seu maior sonho em relação à Missões? Você vai voltar ao Timor?
Elisama: Sim. Porque eu coloquei uma vírgula e não um ponto final no Timor. Na nossa vida não é bom deixarmos uma vírgula em nada. Não é bom para mim, não é bom para as pessoas, porque elas não vão entender que amor é esse que eu pregava lá. A minha resistência, a minha preparação para o que aconteceu é uma. Mas para as pessoas que conviviam comigo, que estavam sendo discipulados, que estavam juntos na caminhada, é outra. Para mim, aquele que ama ao Senhor a primeira coisa que ele deve fazer é viver Cristo no meio do povo. Esse é o nosso papel. Eu tenho que voltar lá para explicar para eles, para esclarecer as coisas. Eles precisam entender que o que aconteceu não muda nada na forma de nós os amarmos. Nós continuamos a ver o amor de Deus da mesma forma. Se eu recuar agora, vou deixar muitas interrogações na cabeça deles. Quero voltar não no sentido de dar uma satisfação a eles, mas no sentido de terminar algo que eu pregava e que eu tinha convicção que Deus tinha me levado ali para isso. Trabalhei esse tempo todo no Timor com o objetivo de levar os timorenses a amarem Deus. Eu sempre percebi que o amor ao próximo era pouco, que as pessoas não eram muito levadas a ajudar ao próximo. Levei muito tempo trabalhando na parábola do “Bom Samaritano” no Timor. Um dos textos que mais preguei no Timor foi esta parábola. Seja ela em pregação, ou com a minha própria vida. Quando pisar no Timor, eu estarei dando vida a esta mensagem que talvez não tenha sido compreendida por muitos ainda, mas ela vai se tornar realidade quando eu voltar. Para eles, vai ser muito mais compreensível agora, depois de tudo o que aconteceu. Chegar lá e continuar sorrindo, continuar amando, continuar ajudando. Quando retornava ao Brasil, no aeroporto, eu recebi vários bilhetinhos de pessoas me pedindo perdão: “Nos perdoe, pois o nosso povo é ingrato”. Eu quero falar para eles que eles não são ingratos. O amor que eu tinha por eles, eu continuo tendo do mesmo jeito. Voltar é muito importante, talvez não por um período longo, pois eu tenho outros desafios missionários. Mas eu tenho que pisar naquela terra novamente.
O que tem sido feito no tocante à segurança dos missionários ali no Timor-Leste?
Elisama: A instabilidade ainda está acontecendo no Timor. O Timor hoje é um país instável. Cada missionário, cada agência tem tentado se proteger. Acho praticamente impossível fazer algo coletivo, principalmente, porque cada um está num lugar. E a força internacional é limitada pelo próprio país. Cabe, então, à Igreja brasileira está na retaguarda em oração, pedindo cobertura para todos os missionários que estão no Timor e em outros países em conflito. O certo é que o medo não pode tomar conta. Temos que crer na soberania de Deus. O que acontece em nossa vida tem a permissão de Deus. Todos os missionários que estão no Timor apóiam o fortalecimento e organização do Estado e a consolidação da democracia.
Deixe uma mensagem a todos a respeito de Missões.
Elisama: Nós, que bebemos as águas da salvação, nos tornemos canais para que esta Água Viva possa jorrar onde há deserto. Que venhamos abrir os nossos corações para o desabrochar de um amor muito grande, de forma que o espírito santo desperte em nos sensibilidade espiritual para entendermos o Coração de Deus. Que possamos nos posicionar em amor com total desprendimento para fazermos diferença no mundo. O mundo precisa de homens e mulheres com as características de Cristo, que tenham o Espírito Santo de Deus em suas vidas. Que eu e você sejamos oferta voluntária diante de Deus para algo poderoso: vivermos o verdadeiro Evangelho entre os que ainda não o conhecem de maneira simples, íntegra e piedosa para mudar histórias de vidas e povos no amor de Cristo Jesus (2 Timóteo 2.2-3).
Fonte da entrevista: Lagoinha.com
...Não importa o que vai acontecer, ame as almas e ajude! leve a palavra do Senhor, nem que seja ai perto da sua casa, no seu bairro, mas vá! Deus conta com você.